domingo, 26 de dezembro de 2010

34 ANOS SOBRE A FUNDAÇÃO DO PCTP

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26 DE DEZEMBRO DE 1976 - FUNDAÇÃO DO PCTP


Passa hoje mais um aniversário da fundação do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses.

A 26 de Dezembro de 1976, culminando seis anos de luta com esse objectivo prosseguidos pelo MRPP, surgia em Portugal um partido com uma linha política verdadeiramente revolucionária, assente na aplicação da teoria e doutrina marxistas à situação portuguesa.

Linha política pela qual deram a vida os camaradas Ribeiro Santos e Aexandrino de Sousa.

O PCTP assume-se como uma vanguarda da classe operária e dos trabalhadores na luta pela sua emancipação do jugo capitalista e pelo socialismo e o comunismo, demarcando-se de forma firme das teorias revisionistas que, através do PCP, pretendiam e pretendem cavalgar o movimento operário para o atrelar a novas formas de exploração capitalista, seja sob a capa da aliança povo-MFA, da democracia avançada ou das mais recentes colaborações para ajudar o Governo Sócrates e o capitalismo a salvar-se da sua própria crise.

Combatendo sem tréguas o oportunismo que tenta reduzir os objectivos do movimento operário à mera defesa das suas conquistas sociais, ou conter a luta revolucionária nos estreitos limites do parlamentarismo burguês, onde se passou a destacar a actuação oportunista mais descarada do Bloco de Esquerda, o PCTP, tal como sempre o fez, continua hoje a defender que à classe operária e aos trabalhadores não lhes resta outro caminho – para não serem esmagados pelas medidas capitalistas para a crise – senão imporem um objectivo político unificador imediato na sua luta sindical e a todas as formas de luta que para o efeito adoptarem.

Um objectivo político que só pode ser o do derrubamento do Governo de Sócrates e da política do Bloco central e a sua substituição por um Governo de unidade de esquerda, integrado por todas as correntes políticas e partidos políticos de esquerda, incluindo obviamente o PCTP.

O movimento operário português, em comunhão com todos os trabalhadores europeus agora sujeitos a uma política idêntica, tem de saber unir-se contra a capitulação das centrais sindicais que, logo após uma semi-fracassada greve geral (facto que não quiseram reconhecer e tirar as respectivas lições), aceitam dialogar com um Governo que se assume cada vez mais feroz e provocador na sua sanha terrorista contra os trabalhadores e os pobres.

Para quê levar os operários a discutir com um governo destes o salário mínimo nacional ou as alterações às leis laborais?

Trazer para este terreno um movimento que deveria estar a radicalizar-se na realização de novas greves gerais, precisamente pelo derrube do Governo, é o que mais convém à classe dos capitalistas e dos seus ideólogos que se multiplicam – renovando-se com o lançamento dos da área da esquerda (Mateus e Vilaverdes Cabrais) – em soluções para impedir a explosão do movimento operário na direcção certa.

Mais do que nunca, a situação política actual exige a firme e correcta aplicação do marxismo à revolução portuguesa e uma luta sem tréguas contra o oportunismo e o revisionismo, bem como de um partido solidamente organizado, afastando da direcção do movimento operário todos os que se preparam para atraiçoar os trabalhadores num momento decisivo para o seu futuro.

Viva o Partido!

Viva o Marxismo!

Para a classe operária viver, o capitalismo tem de morrer!

 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

«QUANDO A LUTA É MAIS ENCARNIÇADA...»

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Ouvimos dizer: Não queres continuar a trabalhar connosco



1

Ouvimos dizer: Não queres continuar a trabalhar connosco.
Estás arrasado. Já não podes andar de cá para lá.
Estás muito cansado. Já não és capaz de aprender.
Estás liquidado.
Não se pode exigir de ti que faças mais.


Pois fica sabendo:
Nós exigimo-lo.


Se estiveres cansado e adormeceres
Ninguém te acordará nem dirá:
Levanta-te, está aqui a comida.
Porque é que a comida havia de estar ali?
Se não podes andar de cá pra lá
Ficarás estendido. Ninguém
Te irá buscar e dizer:
Houve uma revolução. As fábricas
Esperam por ti.
Porque é que havia de haver uma revolução?
Quando estiveres morto, virão enterrar-te
Quer tu sejas ou não culpado da tua morte.

Tu dizes:
Que já lutaste muito tempo. Que já não podes lutar mais.
Pois ouve:
Quer tu tenhas culpa ou não:
Se já não podes lutar mais, serás destruído.

2

Dizes tu:
Que esperaste muito tempo. Que já não podes ter esperanças.
Que esperavas tu?
Que a luta fosse fácil?


Não é esse o caso:
A nossa situação é pior do que tu julgavas.
É assim:
Se não levarmos a cabo o sobre-humano
Estamos perdidos.
Se não pudermos fazer o que ninguém de nós pode exigir
Afundar-nos-emos.


Os nossos inimigos só esperam
Que nós nos cansemos.


Quando a luta é mais encarniçada
É que os lutadores estão mais cansados.
Os lutadores que estão cansados demais perdem a batalha.


                                                                             Bertolt Brecht

(Versão portuguesa de Paulo Quintela, in: separata da revista "Vértice", n.º 382-383 (Nov.-Dez. 1975)


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ACORDO ORTOGRÁFICO À SORRELFA

O ministro da Presidência anunciou que o Acordo Ortográfico vai ser aplicado já no próximo ano lectivo. Entretanto, consta que a RTP se prepara também para aplicar tal acordo a partir de Janeiro próximo.
Caros cidadãos e cidadãs: agora é que a bagunça vai começar!
PROTESTEMOS POR TODAS AS VIAS!!!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

NOVO COMUNICADO DO PARTIDO

PREPAREMOS NOVAS GREVES GERAIS
PELO DERRUBAMENTO DO GOVERNO DE SÓCRATES!

Depois da greve geral de 24 de Novembro, importa fazer um balanço sério dessa jornada de luta e saber que alternativa, que caminho se coloca aos operários, aos trabalhadores em geral, do sector público e privado, aos estudantes e reformados para impedir que a politica verdadeiramente criminosa dos PECs e do Orçamento do Estado deste governo e do PSD seja aplicada.

Não se pode escamotear que esta última greve geral que se pretendia nacional, embora tenha obtido uma forte adesão dos trabalhadores do Estado e dos operários e restantes assalariados das empresas públicas (em particular do sector dos transportes), não teve, contudo, uma participação igual por parte dos trabalhadores do sector privado e nem se terá estendido com igual intensidade a todos os pontos do país, de forma a permitir concluir que ela constituiu uma vitória inequívoca.

Digamos que ela se traduziu numa semi-vitória ou, se quiser, um semi-fracasso, por ausência de vitória.

Ao contrário do que as direcções das centrais sindicais pretendem ocultar nos seus balanços sobre esta acção de luta, não se pode escamotear a sua responsabilidade na insuficiente mobilização e organização da greve geral.

Depois, esta greve geral e as que se devem seguir não podem deixar de ter um objectivo político preciso e claro que una a esmagadora maioria de quem trabalha - e esse objectivo político só pode ser o do derrube do governo de Sócrates e da política do bloco central que o sustenta.

Insistir em mobilizar o povo trabalhador para que o governo mude de política é condenar a sua vontade de lutar ao fracasso, é conduzir o movimento operário para um beco sem saída e para a derrota.

Ninguém pode esperar que este governo altere a sua política e passe a praticar a política da classe antagónica àquela que ele representa.

Por outro lado, não se pode admitir que, depois do que deveria e deverá constituir uma primeira batalha da luta pelo derrubamento do governo, a caminho do derrube do sistema de exploração capitalista, se aceite ir para o Conselho Económico e Social negociar o que não tem negociação possível, deixando-se atrair por uma manobra de Sócrates de desmobilizar o movimento operário e popular, afastando-o do único palco onde a luta se terá de travar para sair vitoriosa – o da fábrica e da empresa e o da rua.

O que está em causa e tem de continuar a representar o objectivo que une o povo trabalhador português, não é vir mendigar ao governo o respeito pelo acordo sobre o salário mínimo nacional ou dar cobertura à aprovação de formas mais expeditas de aplicar as regras do despedimento individual já consagradas no actual Código do Trabalho.

Como também não é examinar com o governo a parte dos sacrifícios que os trabalhadores aceitariam fazer se os capitalistas também o fizerem – a este desplante chegou um representante de uma das centrais sindicais depois da greve geral.

E muito menos se trata, como há pouco defendia o secretário do BE, de propor medidas para salvar esta economia capitalista putrefacta.

Não! O QUE ESTÁ EM CAUSA É ESTABELECER A UNIDADE EM TORNO DA LUTA PELO DERRUBAMENTO DO GOVERNO DE SÓCRATES – seja qual for a sua composição ministerial, trata-se de um governo que está apostado em esmagar a classe operária, condenar à fome, à miséria e ao sofrimento milhares de desempregados e de reformados, provocar a emigração da juventude em idade de trabalhar e sacrificar várias gerações do povo português, exclusivamente para salvar um sistema capitalista e financeiro parasitário, ele próprio o único responsável pela politica de austeridade que se pretende impor aos trabalhadores.

O que está em causa é, pois, apear este governo, DERROTAR A POLÍTICA DE ALIANÇA DO BLOCO CENTRAL por ele prosseguida e substituí-lo POR UM GOVERNO DE UNIDADE DE ESQUERDA que tenha a força e o apoio para repudiar a dívida pública e adoptar uma politica de desenvolvimento económico que tenha em conta os nossos recursos e condições específicos, designadamente, as resultantes da nossa localização geográfica e sirva exclusivamente os interesses da classe que tudo produz e que se vê expropriada da mais-valia do seu trabalho.

Com esse objectivo, torna-se necessário REALIZAR UMA NOVA GREVE GERAL contra um novo PEC ou um qualquer outro pacote de medidas de austeridade.

A nova greve geral deve ser amplamente convocada e ferreamente organizada, tendo em conta que se terá seguramente de preparar para enfrentar os novos blindados da PSP, recentemente adquiridos para este efeito.

Há que ter a consciência de que é possível impedir a aplicação da política imposta pelo imperialismo alemão, derrubando este governo, como primeiro passo para o derrubamento do sistema capitalista responsável pela crise que impiedosamente faz abater sobre os trabalhadores.

POR UMA NOVA GREVE GERAL NACIONAL!

PELO DERRUBAMENTO DO GOVERNO DE SÓCRATES!

POR UM GOVERNO DE UNIDADE DE ESQUERDA!

PARA OS TRABALHADORES PODEREM VIVER, O CAPITALISMO TEM DE MORRER!

6 de Dezembro de 2010

O Comité Central do PCTP/MRPP



sábado, 27 de novembro de 2010

SOBRE A GREVE GERAL DE 24 DE NOVEMBRO


Aqui divulgamos a Nota à Imprensa emitida pelo Partido sobre a greve geral do passado dia 24 de Novembro.
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O PCTP/MRPP saúda vivamente a classe operária e os trabalhadores portugueses pela derrota que souberam infligir ao governo com a vigorosa greve geral de ontem.

Mas tal como o nosso Partido tem alertado, a situação é de tal modo grave para quem vive da venda da sua força de trabalho, para os desempregados e reformados que esta forte greve geral não pode dar lugar a uma desmobilização geral, tornando-se assim inútil.

É imperioso, antes de mais, que se consigne e se imponha como objectivo político fundamental do movimento operário português e das greves gerais que se devem suceder o derrube do governo de Sócrates e a luta por um governo dos trabalhadores.

Ninguém pode esperar que este governo mude a sua politica e passe a praticar a política da classe antagónica àquela que ele representa.

Esta inequívoca demonstração da força da classe operária e dos trabalhadores não pode, pois, ser esbanjada nem desviada para becos sem saída do oportunismo.

A greve geral de ontem mostrou ainda que é necessário agora unir a luta dos trabalhadores portugueses à luta dos trabalhadores europeus com vista à convocação e organização de uma greve geral europeia.


Lisboa, 25/11/2010

                                            O Gabinete de Imprensa do PCTP/MRPP

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

GREVE GERAL

O camarada Garcia Pereira esteve presente num dos piquetes do Metropolitano de Lisboa, onde expressou grande solidariedade por parte dos comunistas aos trabalhadores presentes, focando que é necessário que haja determinação nos objectivos desta greve, objectivos esses que devem ser revolucionários - a luta pelo derrube do governo.

sábado, 20 de novembro de 2010

"PORTO CRUZ" - DEBATE ADIADO OUTRA VEZ

O debate que devia ter hoje lugar sobre o projecto "Porto Cruz" - urbanização da margem direita do Jamor - voltou a ser adiado, agora a pretexto das restrições ao trânsito derivadas da Cimeira da NATO, em Lisboa.
Fica por marcar nova data.
Em breve voltaremos ao assunto.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

COMUNICADO DO COMITÉ CENTRAL DO PCTP/MRPP

POR UMA FORTE GREVE GERAL NACIONAL!
PELO DERRUBE DO GOVERNO SÓCRATES!

Em consequência de uma profunda crise do sistema capitalista, os trabalhadores portugueses estão a ser sujeitos a um ataque de grandes dimensões por parte do Governo de Sócrates que, à custa de uma exploração selvática de quem vive da venda da sua força de trabalho, pretende assim salvar aquele sistema.

É neste contexto que, em resposta àquela ofensiva e contando com um vasto apoio, tanto dos operários e trabalhadores portugueses como dos seus irmãos de classe europeus, se irá realizar a greve geral nacional do próximo dia 24 de Novembro.

Mas para que se possa estabelecer uma firme e verdadeira unidade de princípio na condução vitoriosa desta greve geral, bem como de todos os movimentos contra as politicas de austeridade, é indispensável que se adopte para esta luta uma estratégia revolucionária.

Cá e no resto da Europa, forjada pelos ideólogos da classe dominante, pelo poder político e pela comunicação social, campeia uma teoria que pretende impor a despolitização da crise actual: as medidas de restrição e austeridade orçamental adoptadas pelos governos, com o apoio directo ou indirecto de todos os partidos parlamentares e do arco do poder, são apresentadas como uma resposta técnica a imperativos financeiros, e não como aquilo que efectivamente são: uma resposta política da classe dos exploradores contra os explorados. Se queres uma boa economia, aperta o cinto!

Esta teoria, que volteia o estandarte da ciência e da técnica económicas para ocultar a estratégia política da burguesia, escamoteia o facto de que os enormes défices orçamentais existentes nas contas públicas, de par com o aumento galopante e incontrolado da dívida soberana, resultam fundamentalmente dos milhares de milhões de euros que foram engolidos pelos bancos e instituições financeiras falidas durante a crise financeira internacional que explodiu em 2008.

No caso português, a explosão do défice orçamental e da dívida soberana ficou essencialmente a dever-se à nacionalização das falências da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), do Banco Português de Negócios (BPN) e do Banco Privado Português (BPP), todos eles instituições fundadas e geridas pela camarilha cavaquista.

O défice orçamental e a dívida soberana resultantes das nacionalizações das empresas fraudulentamente falidas não são da responsabilidade do povo português, nem têm que ser pagos por meio de restrições orçamentais impostas ao povo português.

O povo português deve pura e simplesmente repudiar essa dívida!

A dívida directa total do Estado alcançou já os 152 mil milhões de euros, o que dá mais de 15.000€ a cada português. Às taxas de crescimento actuais, esta dívida é absolutamente insustentável: só no primeiro trimestre do próximo ano, haverá 20 mil milhões de euros de dívida soberana para pagar. E, em 2011, só em juros, Portugal terá de pagar 6,3 mil milhões de euros, mais do que aquilo que gasta com a educação.

Os credores da dívida e os beneficiários dos juros são a Banca internacional, sobretudo alemã e francesa. A dívida é, pois, o instrumento pelo qual a União Europeia explora e oprime o povo português. O povo português está assim condenado a trabalhar até à eternidade para pagar os juros e saldar uma dívida que nunca contraiu e que todos os dias cresce exponencialmente.

É, pois, política, e não técnica, a crise que vivemos.

Para além daquela teoria reaccionária, surge uma outra teoria oportunista, defendida pelas direcções sindicais e pelos partidos de esquerda parlamentar, para os quais as medidas de austeridade impostas pelo poder constituem uma ferramenta para desmantelar o Estado social. E, de acordo com esta teoria, o papel da classe operária e dos demais trabalhadores seria o de unirem forças para salvar o Estado social.

É tão aberrante esta segunda teoria, como aberrante é a primeira. Com efeito, o chamado Estado social não é outra coisa senão uma ditadura da burguesia, como o era o chamado Estado popular, defendido pelos oportunistas nos tempos de Marx, Engels e Lenine.

A estratégia da esquerda indigente, no sentido de unir forças em defesa do Estado social só pode conduzir à derrota total do movimento operário e da revolução.

Face à profunda crise do sistema capitalista – que é a crise que estamos a viver presentemente – cumpre ao movimento operário e comunista recusar frontalmente essa ordem, assuma ela a forma do Estado social ou a teoria dos meios técnicos e científicos da economia burguesa para salvar a crise.

A ordem burguesa, posta a nu na actual crise, deve ser rejeitada e firmemente combatida!

A greve geral nacional do próximo dia 24 de Novembro deve propor-se derrubar essa ordem burguesa, derrubando desde já o governo que a corporiza – o governo do Sócrates!

É para derrubar o governo, primeiro passo no caminho do derrubamento do sistema capitalista em crise, que esta greve deve ser ferreamente organizada.

E, ao contrário do que alguns oportunistas se preparam para tentar fazer, esta greve geral não pode ficar por aqui nem levar à desmobilização geral no dia seguinte, mas antes abrir caminho à intensificação da luta dos operários e trabalhadores pelo seu objectivo político imediato, apoiando e fortalecendo os órgãos de direcção da greve que forem constituídos.

PELO REPÚDIO DA DÍVIDA PÚBLICA!

MORTE AO CAPITALISMO!

ABAIXO O GOVERNO DE SÓCRATES!

VIVA O GOVERNO DOS TRABALHADORES!


17 de Novembro de 2010


O Comité Central do PCTP/MRPP





sábado, 6 de novembro de 2010

MARGEM DIREITA DO JAMOR

Estava marcado para 13 de Novembro, pelas 15h, na União Recreativa do Dafundo (Rua 1º de Maio) um grande debate sobre o Plano de Pormenor da Margem Direita do Jamor, mais conhecido por urbanização da Lusalite.
Este debate aberto à população foi entretanto adiado para dia 20, à mesma hora e para o mesmo local, por incompatibilidade de agenda entre o dono dos terrenos (grupo SIL) e a Universidade Nova (responsável pela elaboração do Plano de Pormenor para aquela área da freguesia da Cruz Quebrada-Dafundo).
Tomem nota e compareçam no debate!

EM FRENTE COM A GREVE GERAL NACIONAL!

Aqui divulgamos o mais recente comunicado emitido pela linha sindical Luta-Unidade-Vitória

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Em frente com a Greve Geral de 24 de Novembro!


PARAR O PAÍS PARA DERRUBAR O GOVERNO E SALVAR QUEM TRABALHA!

Um grupo de grandes capitalistas e especuladores, apoiados pela alta finança internacional e tendo como instrumentos a União Europeia, um governo de lacaios e uma imprensa vendida, desencadeou contra os trabalhadores e contra o povo português aquele que é certamente o maior ataque às suas condições de vida ocorrido nos últimos cinquenta anos.

De surpresa, logo após as eleições legislativas de há um ano, nas quais foi prometido um apoio acrescido às vítimas da crise económica e uma forte acção do governo para combater o desemprego, foi tudo o contrário aquilo que se passou. Os desempregados ultrapassam já os 11% da população activa e os subsídios e apoios a estes vão sendo sistematicamente eliminados. Pela primeira vez na nossa história recente, os salários dos trabalhadores começaram a ser diminuídos em termos nominais e os impostos sobre o trabalho não cessam de aumentar. As reformas de miséria dos trabalhadores já começaram também a ser reduzidas, enquanto os gastos com medicamentos e com bens essenciais sofrem aumentos em cada dia que passa.

Vilmente explorado no emprego e em situações de desemprego e de reforma, cada trabalhador português é, além disso, permanentemente perseguido por medidas sucessivas que lhe sugam as parcas economias que ainda consegue trazer para casa. Sob a forma de impostos, mais de metade do seu rendimento anual médio vai hoje parar directamente às grandes instituições financeiras, para pagamento de juros e amortizações de uma dívida pública contraída pelo governo a mando dos capitalistas e para benefício exclusivo destes.

É esta a engrenagem mortal que asfixia o país e liquida as suas forças produtivas, ao mesmo tempo que enche os bolsos a uma minoria de grandes capitalistas e seus serventuários. Num dos jornais de referência destes últimos, vinha há dias publicado um texto tão notável como execrável, da autoria de um destacado e aplaudido colunista semanal do mesmo, no qual, a propósito da actual crise e das suas soluções, se diz o seguinte:

    «A democracia é a suprema superstição contemporânea. (…) Confio que, enfim governados por sábios insensíveis aos clamores da rua, nos aguarda um futuro risonho. O mundo é hoje demasiado complexo para admitirmos que as sociedades estejam dependentes dos caprichos de eleitorados ignorantes em grande medida parasitas do Estado Social. Talvez não haja emprego para todos, mas a verdade é que nem todos querem trabalhar. Talvez alguns se escandalizem com as desigualdades económicas, mas é preciso premiar o mérito. Os que estão a mais, tarde ou cedo serão forçados a aceitar que, como lapidarmente proclamou o Reverendo Malthus: “Não há lugar para eles no banquete da Natureza.”»

(J. Pinto e Castro, Jornal de Negócios, 20/10/2010)

É este, nu e cru, o pensamento da classe parasitária que governa o país. Para esta, a democracia é um verbo de encher para enganar o “eleitorado ignorante”; o futuro é “risonho” para os exploradores e privilegiados; os que estão desempregados são os que não querem trabalhar; os ricos e os pobres têm aquilo que merecem; e, como defendia Malthus há duzentos anos, a população excedentária há que liquidá-la, devendo as primeiras vítimas ser escolhidas naturalmente de entre os mais vulneráveis, os velhos e as crianças – “não há lugar para eles no banquete da Natureza”. É este, sem tirar nem pôr, o real significado das “medidas de austeridade” decretadas pelo governo contra a população trabalhadora em Portugal.

No próximo dia 24 de Novembro ocorrerá um importante confronto entre a classe capitalista (representada pelos “sábios insensíveis”) e as classes trabalhadoras (os protagonistas do “clamor da rua”). A preocupação central de cada trabalhador nesta hora dramática e decisiva para o seu futuro e da sua classe tem de ser a de preparar meticulosamente a greve geral nacional convocada pelas centrais sindicais e pelos sindicatos representativos dos trabalhadores.

É preciso garantir que todas as empresas e locais de trabalho, os transportes, o comércio e as escolas paralisem nesse dia. A constituição de comités de greve, a firme resistência à imposição de “serviços mínimos” destinados a boicotar esta jornada de luta, a ocupação dos locais de trabalho durante a greve, são acções e tarefas que têm de ser preparadas desde já com todo o vigor e determinação.

Os trabalhadores mais conscientes da importância desta greve geral devem assumir a tarefa de mobilização de todos os seus camaradas de trabalho e também de todas as camadas da população que são vítimas das ditas “medidas de austeridade”, os desempregados, os reformados, os jovens estudantes e trabalhadores, os pequenos proprietários e todos os sectores democráticos da população.

A greve geral de 24 de Novembro tem de servir para colocar nas mãos dos trabalhadores o poder de iniciativa na guerra social que está em curso no país, retirando essa iniciativa ao governo e ao patronato. Em lugar de se permitir que sejam os partidos do capital, o PS e o PSD, a provocar eleições antecipadas no momento e nas condições que mais lhes convierem, deve-se desde já impor o derrubamento do governo Sócrates pela força e unidade dos trabalhadores e do povo português.

O governo actual não tem legitimidade para continuar a governar o país porque nenhuma das medidas anti-operárias e antipopulares que constam dos sucessivos “Planos de Estabilidade e Crescimento” e do Orçamento Geral do Estado para 2011 estavam inscritas n o seu programa eleitoral. Também o parlamento perdeu a sua legitimidade no momento em que aprovou aquelas medidas, devendo por isso ser imediatamente dissolvido.

A força necessária para derrubar o governo Sócrates é a força que poderá impor um novo governo – um governo democrático que sirva o trabalho e não o capital, que adopte um plano efectivo de desenvolvimento económico e de apoio a todos os sectores produtivos, que elimine o desemprego, que redistribua o rendimento e que reponha o direito à saúde, à educação e à segurança social. Num tal governo devem poder participar partidos, personalidades e sectores democráticos que não estejam comprometidos com o desastre a que chegou o país e que representem o eleitorado popular.

Os trabalhadores portugueses não estão sozinhos na presente emergência. A nível europeu travam-se neste momento grandes combates com a mesma natureza – na Grécia, em França e em muitos outros países. É importante que estas frentes de luta se unam numa só, contra as políticas emanadas da União Europeia e por uma alternativa global às mesmas. Para isso, é importante que todos os trabalhadores, em cada país, ergam bem alto a bandeira da luta, da unidade e da vitória.

EM FRENTE COM A GREVE GERAL NACIONAL!

NO DIA 24 DE NOVEMBRO, VAMOS PARAR O PAÍS!


3 de Novembro 2010

A Linha Sindical Luta-Unidade-Vitória



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

INAUGURADA DELEGAÇÃO NO PORTO

Foi inaugurada no passado sábado, dia 23, a delegação do Partido na cidade do Porto. Situa-se numa zona central da cidade, na Rua de Santa Catarina, 581, sala 3, e irá constituir por certo um importante instrumento ao dispor da luta operária e popular de toda a região Norte do país.
O acto contou com a presença do Secretário-geral do PCTP/MRPP, o camarada Luís Franco.
Daqui vão os nossos parabéns e votos de óptimo trabalho!

domingo, 24 de outubro de 2010

LUTAR É A ÚNICA COISA QUE NOS RESTA!

CONTRA AS MEDIDAS CELERADAS DO GOVERNO E A POLÍTICA REACCIONÁRIA DO «BLOCO CENTRAL»



LUTAR É A ÚNICA COISA QUE NOS RESTA!



Depois dos sucessivos PEC’s, a proposta de Orçamento de Estado para 2011 apresentada pelo Governo do engº. Sócrates representa um ataque brutal e sem precedentes dirigido exclusivamente a quem vive do seu trabalho, constituindo, por outro lado, a reedição das mesmas “receitas” da política reaccionária que conduziu o nosso país à desastrosa situação em que se encontra.

Quer pela expropriação dos salários dos trabalhadores do Estado, quer pelo congelamento das já miseráveis pensões, quer pela diminuição das comparti-cipações estatais no preço dos medicamentos e pela redução, ou mesmo supressão, do montante de despesas de saúde e de educação que passam a poder ser deduzidas no IRS, quer ainda pelo aumento da taxa mais elevada do IVA e pelo alargamento da lista de produtos que passam a pagar essa mesma taxa (com o consequente aumento de preços de todo um conjunto de bens de primeira neces-sidade), quer enfim com a redução das chamadas despesas sociais, é manifesto que o dia a dia de cada família trabalhadora portuguesa se vai tornar brutalmente mais difícil.

Deste modo, se mesmo os estudos de especialistas das “políticas sociais” já referem abertamente a existência neste momento de 2 milhões e meio de pessoas a viver abaixo do limiar mínimo de pobreza, com todas estas medidas seguramente que em 2011 se atingirão os 3 milhões de pobres em Portugal!

A real natureza de classe deste orçamento fica ainda bem patente quando o mesmo não apresenta uma única medida que ponha termo ou sequer altere escândalos como o de a PT ter, com a venda da VIVO à Telefonica, realizado um ganho de 7,5 milhões de dólares, sem que tenha pago um cêntimo de imposto sobre tal ganho. E que dizer da banca, a qual em 2009 alcançou lucros de 1.750 milhões de euros sobre os quais pagou apenas 74 milhões de euros de impostos, ou seja, pouco mais de 4,2 por cento?!...

Por outro lado, esta lógica – que é aquela que o FMI, o Banco Central Europeu e a Alemanha nos pretendem impor – de ter forçosamente de cumprir um determinado objectivo de percentagem do défice e de o fazer através do corte nas despesas sociais como a Saúde, a Segurança Social e a Educação (ou seja, cortando a ajuda às primeiras e principais vítimas da crise) e de um aumento brutal dos impostos, feito recair sobre quem vive do seu trabalho, mantendo-se a situação de um País que nada produz, tudo tem de importar e por isso se endivida cada vez mais, não vai resolver problema algum.

A proposta orçamental para 2011 do comité de lacaios da Senhora Merkel em Portugal mais não pretende do que salvar os grandes monopólios, cuja ganância esteve na origem da crise, à custa de um verdadeiro massacre dos trabalhadores, dos desempregados e dos pensionistas pobres, numa total e criminosa indiferença pelo cortejo de miséria, fome e sofrimento dos povo trabalhador que esta politica deliberadamente vai provocar.

A alternativa tem, pois, de ser encontrada fora desta política e contra esta política; contra os partidos que são por ela responsáveis e bem assim contra aqueles que se mostram incapazes de raciocinar fora desta lógica da autêntica “espiral a caminho do fundo”.

Portugal precisa de um programa que represente uma ruptura corajosa com o rumo do país nos últimos 35 anos.

- Um programa de reconstrução da economia em todos os seus sectores, aproveitando as nossas maiores vantagens de partida (a localização geoestratégica, uma rede de portos atlânticos, entre os quais Sines que é o único de águas profundas de toda a Península Ibérica, uma zona económica exclusiva, rica em recursos, designadamente piscícolas, com uma área 63 vezes superior ao território continental, um excelente know-how acumulado em alguns sectores estratégicos como o a construção e reparação naval, etc.).

- Um programa de retirada do poder à oligarquia que governa o país e se enche à custa da exploração alheia, de controlo operário e popular sobre o sistema financeiro e comercial, de redistribuição radical do rendimento disponível a favor das classes trabalhadoras, de garantia de saúde, segurança social e educação, com qualidade e adequadamente financiadas por um sistema fiscal e contributivo fortemente progressivo e equitativo.

- Um programa de verdadeira democracia política, de autêntica liberdade de expressão de todas as correntes de opinião, de livre escolha e destituição dos representantes eleitos e de eliminação total dos privilégios e mordomias de que estes actualmente beneficiam.

PELO DERRUBE DO GOVERNO DE SÓCRATES!

POR UM GOVERNO DEMOCRÁTICO E POPULAR!

O Governo necessário para aplicar um programa destes tem de ser um governo composto por todos aqueles que, independentemente do partido a que pertencem ou com que simpatizem, se mostrem dispostos a executar aquelas medidas doa a quem doer.

Só um Governo desses pode e deve repudiar a dívida pública que nenhum de nós contraiu nem nenhum de nós trabalhadores dela beneficiou e que é constantemente acenada como a justificação para os sacrifícios que se pretendem fazer abater impiedosamente sobre o povo.

Ao invés do que alguns pregam e muitos pensam, os PEC’s e o Orçamento de Estado devem ser firmemente combatidos por todos os meios ao nosso alcance, desde logo participando firme e entusiasticamente na Greve Geral Nacional de 24 de Novembro.

O Governo do eng.º. Sócrates, precisamente porque concentra o que de mais reaccionário e de antipopular existe presentemente em Portugal, deve ser derrubado, não sendo de todo verdade que a alternativa à derrota do PS seja a vitória do PSD, pois que à política dos partidos do poder, de bancarrota do país e de fome e de miséria para o povo, é possível opor e aplicar uma política ao serviço dos trabalhadores!

Em todo o lado e em toda a parte, todos à luta! Este Governo e a sua política podem ser derrotados!


Pelo repúdio da dívida pública!

Só os trabalhadores podem vencer a crise!

Por uma vitoriosa Greve Geral Nacional no próximo dia 24 de Novembro!


Lisboa, 20 de Outubro de 2010

A Organização Regional de Lisboa
do PCTP/MRPP





sábado, 9 de outubro de 2010

EM FRENTE COM A GREVE GERAL NACIONAL!

NOTA À IMPRENSA

Como é sabido, o PCTP, pronunciando-se sobre as recentes medidas celeradas do Governo, logo após o seu anúncio pelo tenebroso primeiro-ministro, apelou mais uma vez à necessidade imperiosa de a classe operária responder com a realização de uma vitoriosa greve geral nacional.

Por este motivo, o nosso Partido congratula-se com o facto de a Intersindical ter decidido convocar essa greve geral para o próximo dia 24 de Novembro.

Pela nossa parte tudo faremos para mobilizar a classe operária e os trabalhadores no sentido de impor naquele dia uma pesada derrota ao Governo, contribuindo desse modo para o seu derrube e para a construção de uma alternativa que impeça o esmagamento da classe operária portuguesa pelos interesses do grande capital financeiro internacional.

Os trabalhadores estão confrontados com um desafio muito sério e decisivo – ou se erguem e lutam tenazmente contra esta feroz ofensiva dos capitalistas e do seu governo ou arriscam-se a ser espezinhados e vítimas de um inaudito cortejo de miséria e sofrimento.

E que, ou contam com as suas próprias forças ou, se confiam ou se deixam embalar pelos partidos ditos de oposição parlamentar, estarão condenados à derrota.

Na verdade, à classe operária e ao povo trabalhador português, lutar é cada vez mais a única coisa que lhes resta.


Lisboa, 8 de Outubro de 2010

A Comissão de Imprensa
do PCTP/MRPP

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

GARCIA PEREIRA ATACA ÚLTIMAS MEDIDAS DO GOVERNO

BOM CONSELHO PARA O PRESENTE

*   *

BOM CONSELHO


Põe sempre os nomes aos bois
Nas histórias que contares.
Ou logo os burros depois
Se queixam de os retratares:
“Mas são as minhas orelhas!
Este azurrar é o meu!
Se estas são minhas guedelhas!
Ai este burro sou eu!
Não me nomeie ele embora,
Toda a Pátria vai agora
Saber-me por burro, hin-hã!
Ai que eu, hin-hã, hin-hã!”
- Quiseste a um burro poupar…
Logo doze hão-de zurrar.

                                      Heinrich Heine (Alemanha, 1797-1856)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

NOTA À IMPRENSA

O PCTP, AS MEDIDAS CELERADAS ANUNCIADAS PELO GOVERNO
E A RESPOSTA DOS TRABALHADORES


Acossado pelos seus patrões imperialistas europeus e pelo grande capital financeiro, encabeçado pela Alemanha, a que eufemísticamente passou a designar por mercados, Sócrates anunciou hoje um novo conjunto de medidas celeradas que se propõe, umas, aplicar imediatamente e, outras, instituir sem prazo, como são as do roubo de 5% do salário dos trabalhadores da função pública e o congelamento das pensões.

Estas medidas representam uma inaceitável provocação aos que (sobre)vivem exclusivamente da venda da sua força de trabalho bem como aos desempregados, milhares deles sem subsídio de desemprego, e pensionistas, todos já a sofrer com os PEC.

Sempre sob o demagógico, chantagista e já pestilento pretexto de que os enormes e brutais sacrifícios impostos aos operários e trabalhadores são inevitáveis em nome do interesse nacional, do país e dos compromissos assumidos por Portugal em matéria de défice orçamental, o Governo do PS de Sócrates, com a generosa compreensão de todos os restantes partidos da chamada oposição, pretende sistematicamente escamotear que o interesse nacional de que fala é exclusivamente a preservação da zona euro e dos interesses do grande capital monopolista europeu sob a hegemonia da Alemanha e que o país que invoca é o país dos capitalistas seus lacaios e que os compromissos em matéria de défice são da única responsabilidade da política de definhamento económico do Governo – nada, portanto, tem a ver com os interesses dos explorados nem com o país dos oprimidos.

Mais uma vez, nenhuma das execráveis propostas de redução da despesa pública ou do aumento da receita fiscal belisca as posições dos grandes capitalistas e da Banca – daí que facilmente obtenham o apoio consensual de todos os economistas burgueses, cada vez mais apavorados com a erupção da latente e crescente revolta dos trabalhadores.

Como também nenhuma dessas propostas se traduzirá noutra consequência que não seja a de aumentar ainda mais o desemprego, a redução do já débil poder de compra e um inevitável alastramento da fome e da miséria.

Desde o BE ao PSD, todos os partidos se declararam apostados em evitar uma crise política – isto é, nenhum deles está interessado em derrubar este Governo e impor uma política que, no entender do PCTP, passa entre outras medidas, pelo repúdio da dívida pública, uma dívida que não foi o povo que a contraiu, nem foi o povo que dela beneficiou.

Para o PCTP/MRPP chegou o momento de a classe operária, os trabalhadores, os jovens e os desempregados rejeitarem a via do oportunismo e da capitulação expressa em manifestações fracassadas e imporem às organizações sindicais a convocação, preparação rigorosa e realização de uma GREVE GERAL NACIONAL pelo derrube do governo e da política de bloco central.

Lisboa, 29 de Setembro de 2010

O Gabinete de Imprensa do

PCTP/MRPP

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

COMUNICADO DA LINHA SINDICAL LUTA-UNIDADE-VITÓRIA

Aqui divulgamos o último comunicado emitido pela linha sindical Luta-Unidade-Vitória chegado até nós.

*

QUE RUMO TOMA O PAÍS E
O MOVIMENTO SINDICAL PORTUGUÊS?


Desde há largos meses que o PS e o seu Governo, apoiados pelo Presidente da República e pelos partidos da “oposição” parlamentar, sobretudo o PSD e o CDS, estão a levar cabo um verdadeiro “golpe de Estado” contra as classes trabalhadoras, impondo a substituição das promessas do programa eleitoral do PS pelo chamado “Programa de Estabilidade e Crescimento” - o PEC -, programa que vai já na sua segunda versão anti-operária e anti-popular.

Esta política retira ou diminui drasticamente os já fracos apoios às principais vítimas da crise económica, designadamente aos desempregados; congela, por um período que pode ir até três anos, os salários, as pensões de reforma e as prestações sociais, incluindo as de mais baixo montante; aumenta brutalmente os impostos sobre a população trabalhadora; elimina os incentivos à actividade económica, de fomento do emprego e de realização de investimentos estratégicos (como O TGV, por exemplo), e decide vender empresas públicas ou em que o Estado tem uma participação estratégica, como a TAP, a EDP, a GALP e a CP, entre outras.

A austeridade assim imposta aos trabalhadores portugueses continua a ser o reverso da medalha do intensificar da exploração, a qual continua a proporcionar fabulosos lucros aos capitalistas, à banca e aos especuladores nacionais e internacionais. Tal austeridade serve para salvar o euro e a hegemonia do capitalismo alemão no seio da UE, mas não serve para diminuir o nosso défice comercial – quando, este sim, é o verdadeiro motor da nossa enorme dívida externa…

Perante tudo isto, e num momento em que o Governo não põe de parte vir a adoptar novas medidas de austeridade ainda este ano ou, no mínimo, vir a agravá-las em 2011, continuam a existir dirigentes sindicais que se recusam a encetar o caminho da greve geral nacional contra uma tal política, persistindo em greves parciais, pequenas paralisações de trabalho, manifestações e concentrações. A «Jornada de Luta Europeia» do próximo dia 29, a que a CGTP aderiu, confirma mais uma vez este caminho sem futuro. Os sacrifícios já impostos aos trabalhadores pelo Governo Sócrates nada resolveram em prol do povo e do país. Mas se novos sacrifícios estão na forja, então é imperioso preparar formas de luta mais avançadas. Mas não é isso que se verifica. O que se verifica é a persistência em formas de luta perfeitamente ultrapassadas pela realidade da luta de classes.

Bem se pode dizer que se o país caminha para o abismo, também o movimento sindical português caminha, a par dele, para a mais completa irrelevância, pois fingindo resistir ao Governo do Engº. Sócrates e “desgastá-lo”, é ele próprio que se desgasta, conduzindo a luta dos trabalhadores a um beco sem saída e à desmobilização.
Tal sucede porque a direcção do movimento sindical no nosso país aposta na política oportunista do apoliticismo mais nauseabundo. Tal gente acha que não nos compete fazer política; considera que não existe para impor alternativas e muito menos para derrubar governos - mesmo que estes, como o actual, ataquem por todos os lados os operários e o conjunto do povo trabalhador português…

O movimento sindical tem que afirmar bem alto que o povo português não deve nada a ninguém, tem que repudiar a dívida e tem que dizer não à política de austeridade. Tal deve ser feito através da forma de luta que se impõe: a da Greve Geral Nacional. Só esta pode efectivamente unir o conjunto dos trabalhadores portugueses neste momento. Só esta pode afirmar, alto e bom som, que para os trabalhadores poderem viver o capitalismo tem que morrer!

Este é o desafio que está colocado nas mãos dos trabalhadores portugueses! É forçoso declarar guerra à guerra que nos foi declarada pelo capital!

Devemos propor e, se necessário, impor às centrais sindicais a preparação e realização de uma GREVE GERAL NACIONAL contra a política reaccionária do Governo e dos grandes monopólios; por aumentos salariais condignos, por uma forte diminuição dos leques salariais, pela redução dos horários de trabalho e contra o desemprego; por um plano de crescimento e desenvolvimento do país assente no controlo público dos sectores estratégicos da economia.

EM FRENTE PELA CONVOCAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
DE UMA PODEROSA GREVE GERAL NACIONAL!



26 de Setembro de 2010



A Linha Sindical
LUTA-UNIDADE-VITÓRIA

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sessão política – 18 de Setembro - 40 Anos do MRPP



No sábado passado, no salão de “A Voz do Operário”, realizou-se a anunciada sessão política comemorativa do 40º. aniversário da fundação do MRPP, a qual gritou bem alto que Ousar Lutar, Ousar Vencer é o caminho que o PCTP/MRPP deve seguir.
Os vários oradores, historiando o papel de vanguarda do MRPP, desmascararam os oportunistas que têm traído consecutivamente as lutas dos trabalhadores, recusando o caminho que é necessário e cada vez mais premente trilhar, o caminho da revolução.

Esteve também patente uma Exposição alusiva à vida do MRPP (incluindo o visionamento de slides com imagens de cartazes, comunicados e pinturas murais), mostrando as várias etapas percorridas e as diversas batalhas travadas. 


terça-feira, 14 de setembro de 2010

MRPP 40 Anos - 18 de Setembro 1970 - 2010


Exposição a partir das 20 horas.
 


terça-feira, 7 de setembro de 2010

GARCIA PEREIRA, AMANHÃ, NO RÁDIO CLUBE DE MATOSINHOS

O camarada Garcia Pereira irá ser entrevistado, amanhã, quarta-feira, em directo no Rádio Clube de Matosinhos (91,0 FM), entre as 19 e as 20 horas.

A entrevista será conduzida pelo Prof. Joaquim Jorge, do Clube dos Pensadores.
Poderá ouvir também esta entrevista pelo sítio http://www.rcmatosinhos.com/. Os ouvintes poderão intervir no programa pelos seguintes números:
22 938 1756, 91 684 2604, 96 296 0423 e 93 187 1053.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

PATRÃO MODERNO...

Já não há patrões retrógrados e avessos ao progresso. Isso era dantes.
Notem como há dias, em Arouca, o patrão de uma fábrica de calçado despediu 19 trabalhadoras: por SMS, via telemóvel!
Vêem como neste país o futuro é radioso?
É claro que este patrão moderno só ainda não pagou às trabalhadores que despediu metade do subsídio de Natal de 2009, o subsídio de férias de 2010, o salário de Julho e também o de Agosto por não estar ainda disponível o envio de cheques visados por telemóvel...
O governo deve estar satisfeito, mas incapaz de actuar face ao facto deste patrão (que revelou à comunicação social «não ter tido coragem» de enfrentar cara a cara as despedidas) já ter encerrado uma fábrica há quatro anos atrás para depois vir a abrir outra!
É caso para dizer que governo e patrão a mesma cambada são!

(PS - Porque raio é que este patrão moderno tinha os números dos telemóveis de cada uma das 19 trabalhadoras agora despedidas?...)

sábado, 28 de agosto de 2010

À TRIPA FORRA!

Nos primeiros seis meses deste ano de 2010, os cinco maiores bancos portugueses embolsaram 7,7 milhões de euros por dia só em "comissões"!

Por outro lado, em 2009 a banca portuguesa (segundo dados fornecidos pela própria Associação Portuguesa de Bancos) pagou menos 40 por cento de impostos do que no ano anterior. Menos 40 por cento!

Crise? Qual crise?! O governo do Engº. Sócrates até está optimista!...


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

ESPIÕES...

Em entrevista ao jornal I, o ministro Augusto Santos Silva falou de espiões... «Células de informação», portuguesas, no Afeganistão e no Líbano... Eis obra da qual o ministro da Defesa se regozija publicamente! É obra!!!
É mesmo disto que o país precisa, não é?...
E a crise?... Mas qual crise, dirá o ministro...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

*
Louvor do Aprender


Aprende o mais simples! Pra aqueles
Cujo tempo chegou
Nunca é tarde de mais!
Aprende o abc, não chega, mas
Aprende-o! E não te enfades!
Começa! Tens de saber tudo!
Tens de tomar a chefia!

Aprende, homem do asilo!
Aprende, homem na prisão!
Aprende, mulher na cozinha!
Aprende, sexagenária!
Tens de tomar a chefia!

Frequenta a escola, homem sem casa!
Arranja saber, homem com frio!
Faminto, pega no livro: é uma arma.
Tens de tomar a chefia.

Não te acanhes de perguntar, companheiro!
Não deixes que te metam patranhas na cabeça:
Vê c'os teus próprios olhos!
O que tu mesmo não sabes
Não o sabes.
Verifica a conta:
És tu que a pagas.
Põe o dedo em cada parcela,
Pergunta: Como aparece isto aqui?
Tens de tomar a chefia.


       Bertold Brecht, in «Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas»
       Tradução de Paulo Quintela

sexta-feira, 16 de julho de 2010

SOBRE A CRISE E O PEC NOS PAÍSES DA ZONA EURO

Divulgamos aqui um texto sobre a natureza e o significado da resposta que as classes capitalistas dominantes, particularmente no âmbito da União Europeia e da Zona Euro, estão a dar à presente crise económica. Este texto é assinado por Mark Weisbrot, co-director do Center for Economic and Policy Research, sedeado em Washington, D.C., nos Estados Unidos da América, e foi originalmente publicado no jornal britânico Guardian em 9 de Julho último, sendo posteriormente republicado no sítio da Internet da revista Monthly Review, no espaço MRZINE (http://mrzine.monthlyreview.org/).

*
EXPLORAR A “CRISE” PARA ESMAGAR O TRABALHO

Uma coisa deve ser clarificada sobre a situação nas economias da Zona Euro e que fica obscurecida se nos ativermos ao que é normalmente dito nas notícias sobre tal tema. Esta não é uma situação em que os países dessa região estejam colocados perante um inevitável “dilema”, resultante de um excesso de despesa ou de um recurso exagerado à dívida pública. De facto, esses países não estão fatalmente confrontados com “escolhas drásticas” que os obriguem a diminuir despesas e elevar impostos enquanto a economia está fraca ou em recessão, de forma a “satisfazer os mercados financeiros”.

O que está realmente a acontecer é que interesses poderosos nesses países – Espanha, Grécia, Irlanda, Portugal – estão a tirar partido da situação para imporem as mudanças que desejam. Talvez mais importante ainda, as autoridades europeias – incluindo a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional -, que têm nas suas mãos a possibilidade de dispor de fundos de resgate das dívidas, estão ainda mais empenhados em mudanças políticas de direita do que os próprios governos nacionais, com a agravante de não terem de responder perante qualquer eleitorado.

Em Treze Banqueiros, Simon Johnson, ex-economista principal no FMI, e James Kwak descrevem as crises nos mercados emergentes na década de 1990 e salientam o uso que Washington fez dessas crises para promover as mudanças que lhe serviam, afirmando a dado ponto: “Quando uma dada elite económica conduz um país a uma crise profunda, é a altura adequada para impor mudanças, sendo que a própria crise representa uma oportunidade única, e breve, para o fazer”. Naomi Klein (em A Doutrina do Choque) fornece também uma excelente descrição de como as crises têm sido usadas para introduzir ou consolidar “reformas” económicas regressivas e impopulares.

É isto que está a acontecer actualmente nas economias da Zona Euro, com a crise a ser consideravelmente exagerada na maior parte dos casos. Espanha é um bom exemplo. A história segundo a qual a Espanha se meteu numa embrulhada devido a um excesso de despesa pública, não é suportada por factos. Este país reduziu fortemente a proporção da dívida relativamente ao Produto Interno Bruto através de um crescimento económico no período 2000-2007 (de 59 para 36 por cento do PIB), e registou saldos orçamentais positivos nos três anos que precederam o eclodir da crise, em 2008. Esta foi desencadeada pelo colapso de uma grande “bolha” especulativa no sector imobiliário, assim como no mercado bolsista: o valor das acções teve uma quebra brutal, de 125 por cento do PIB em Novembro de 2007 para 54 por cento um ano mais tarde. Isto teve como consequência uma forte redução da despesa privada, situação que foi agravada pela recessão mundial.

A Espanha tem neste momento uma dívida vincenda de 61 biliões de euros; as autoridades europeias poderiam, se quisessem, fornecer garantias o pagamento desta dívida para evitar a subida especulativa dos juros da mesma. Se não se verificasse esta subida de juros, a dívida da Espanha não ofereceria problemas, uma vez que não ultrapassava os 45,8 por cento do PIB em 2009, sendo os respectivos encargos de apenas 1,8 por cento do PIB (…). É certo que a Espanha regista um elevado défice orçamental (cerca de 9 por cento do PIB) e esta situação não pode manter-se por muito tempo. Mas não tem obrigatoriamente que se manter. O défice diminuirá por um processo inverso àquele que o fez subir: à medida que a economia cresça, as receitas fiscais elevar-se-ão, as despesas com os “estabilizadores automáticos”, tais como os subsídios de desemprego, diminuirão, e o peso da dívida na economia diminuirá também, que é o que interessa realmente. Não faz qualquer sentido cortar despesas e subir impostos nesta altura, enquanto a economia está ainda muito débil, a inflação é negativa e não existem riscos sérios de uma nova recessão.

É esta política contra-cíclica que importa prosseguir, a menos que o objectivo seja o de reduzir salários e benefícios no sector público, enfraquecer o trabalho, redistribuir o rendimento a favor das classes altas e eliminar serviços prestados pelo Estado. Nos Estados Unidos existe actualmente um problema político semelhante, embora de menor gravidade: os ideólogos do combate ao défice estão a desenvolver uma campanha para realizar grandes cortes na Segurança Social, mesmo que a sustentabilidade desta não esteja ameaçada pelo menos nos próximos 33 anos.

Ironicamente, aqueles que querem tirar partido da “crise” em Espanha, o que fazem é aumentar o risco de problemas sérios na dívida, uma vez que o peso desta subirá se a economia entrar em recessão ou estagnar, por via da adopção de políticas fiscais restritivas. Mas essas pessoas estão dispostas a correr tal risco, desde que isso lhes permitir atingir os seus objectivos políticos.


quinta-feira, 15 de julho de 2010

PROPRIEDADE PRIVADA

«A propriedade privada tornou-nos tão estúpidos e limitados que um objecto só é nosso quando o possuímos.»                                                                                                                                         Karl Marx

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Garcia Pereira debate a situação do desemprego em Portugal

No passado dia 06/07, terça-feira, na ETV (canal 201 da Zon), o camarada Garcia Pereira debateu a situação do desemprego em Portugal.

Denunciando as medidas reaccionárias de austeridade que provocam cada vez mais desemprego e mais miséria, Garcia Pereira desmonta os falsos números apresentados pelo governo.

Oiçam aqui o áudio, e divulguem.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

DIA NACIONAL DE PROTESTO E LUTA

Dia 8 de Julho - dia nacional de protesto e luta, com concentrações, manifestações e greves em todas as capitais de distrito do país.
Convocada pela CGTP, o alvo desta iniciativa são as medidas reaccionárias anunciadas - e já muitas delas aplicadas - pelo governo.

Estaremos presentes nesta jornada, pugnando pelo derrube do governo do bloco central e, consequentemente, pela preparação, convocação e realização de uma Greve Geral Nacional com esse preciso objectivo político.

Todos à rua!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

MAIS DE 23 MILHÕES DE DESEMPREGADOS NA UE

Dados hoje revelados pelo Eurostat mostram que, em Maio, havia mais 1,8 milhões de pessoas desempregadas na União Europeia face ao mesmo mês do ano passado.

As estimativas do gabinete de Estatística Europeu apontam para um total de 23,12 milhões de pessoas desempregadas na União Europeia a 27, em Maio, 15,78 mil delas na zona euro.
Na união monetária, o número de desempregados terá aumentado em 35 mil indivíduos em Maio face ao mês de Abril.
Os dados do Eurostat mostram também que, em comparação com Maio do ano passado, o desemprego afectou mais 1,8 milhões de europeus na UE e 991 mil cidadãos na zona euro.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

UM POEMA DE GEDEÃO

Poema para Galileo


Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.

Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu sei… eu sei…
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!

Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.

Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar - que disparate, Galileo!
- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação -
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.

Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta era a inteligência que Deus nos deu.


Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se tivesse tornado num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.

Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e descrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai Galileo!
Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.

Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa do quadrado dos tempos.

              ANTÓNIO GEDEÃO (1906-1997)

LIVRO - «UM COMBATE DESIGUAL»

É lançado hoje no Fórum FNAC do Colombo, pelas 18h 30m, o livro «Um combate desigual», da autoria de Marinho Pinto, actual bastonário da Ordem dos Advogados (e que já anunciou ir recandidatar-se a tal cargo).
Em «Um combate desigual», o autor analisa os três anos passados à frente dos destinos da Ordem dos Advogados.
Justiça e cidadania vão estar em discussão nesta iniciativa. Cabe ao camarada Arnaldo Matos a apresentação deste livro de Marinho Pinto.

A iniciativa é capaz de prometer!...


terça-feira, 29 de junho de 2010

METRO DE MADRID - GREVE SEM SERVIÇOS MÍNIMOS

O segundo dia de greve dos 7500 trabalhadores do Metro de Madrid e a sua decisão de não respeitar os serviços mínimos levaram as autoridades da capital espanhola a encerrar o serviço, o que está a origem ao caos na cidade.

Mais de dois milhões de passageiros - o volume diário de tráfego do Metro de Madrid - estão afectados pelo fecho do metropolitano.

Na noite de segunda-feira, a assembleia de trabalhadores do Metro de Madrid aprovou "quase por unanimidade" não respeitar os serviços mínimos de 50 por cento estabelecidos para a greve de três dias, que decorre até quarta-feira.

Durante o primeiro dia de greve, funcionaram serviços mínimos de 50 por cento, definidos pelas autoridades e que os sindicatos consideram ilegais.

Os sindicatos estimam que a adesão foi de 100 por cento, no primeiro dia de greve.

Em Espanha, pelos vistos, as greves também são diferentes daquelas que se realizam por cá…

sexta-feira, 25 de junho de 2010

GREVE GERAL NA ITÁLIA

Os transportes deverão ser hoje o sector mais atingido pela greve geral decretada pela CGIL, para protestar contra o plano de austeridade do governo de Silvio Berlusconi.
A greve deverá atingir durante oito horas os sectores público e privado em todas as regiões, à excepção da Liguria, do Piemonte (Norte) e da Toscânia (Centro), que farão greve a 2 de Julho.
Estão ainda previstas para hoje manifestações nas principais cidades do país, nomeadamente em Roma, Milão e Bolonha.


quinta-feira, 24 de junho de 2010

SETE SÓIS, SETE LUAS - O FESTIVAL ESTÁ AÍ!

Tomem nota:



XVIII FESTIVAL SETE SÓIS, SETE LUAS

Oeiras

Fábrica da Pólvora de Barcarena, 22h00, entrada livre

25 de Junho, Inaki Plaza (País Basco)
Ion Garmendia (País Basco)
2 de Julho, Mercedes Peón (Galiza)
9 de Julho, Eugenio Bennato (Itália)
16 de Julho, Mário Lúcio (Cabo Verde)
23 de Julho, Massimo Laguardia (Sicília)
30 de Julho, Banda del Pepo (Múrcia)
6 de Agosto, Orch. Popolare Italiana (Itália)
13 de Agosto, Les Voix du7Sóis (Mediterrâneo)
20 de Agosto, Maria del Mar (Cadiz, Andaluzía)
27 de Agosto, Rocio Marques (Andaluzía)
3 de Setembro, Kristi Stassinopoulou (Grécia)

GREVE E MANIFESTAÇÕES EM FRANÇA

Os trabalhadores franceses estão hoje mais uma vez em greve contra o pacote de medidas reaccionárias que o governo francês pretende impor, nomeadamente o aumento de idade nas reformas - dos actuais 60 para os 62 anos.

Esta é quarta jornada de luta decretada pelas centrais sindicais desde o início do ano. A greve de hoje afecta os serviços públicos.

Estão igualmente previstas para hoje cerca de 200 manifestações por todo o país, a principal das quais se realiza, à tarde, em Paris.