quarta-feira, 29 de setembro de 2010

COMUNICADO DA LINHA SINDICAL LUTA-UNIDADE-VITÓRIA

Aqui divulgamos o último comunicado emitido pela linha sindical Luta-Unidade-Vitória chegado até nós.

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QUE RUMO TOMA O PAÍS E
O MOVIMENTO SINDICAL PORTUGUÊS?


Desde há largos meses que o PS e o seu Governo, apoiados pelo Presidente da República e pelos partidos da “oposição” parlamentar, sobretudo o PSD e o CDS, estão a levar cabo um verdadeiro “golpe de Estado” contra as classes trabalhadoras, impondo a substituição das promessas do programa eleitoral do PS pelo chamado “Programa de Estabilidade e Crescimento” - o PEC -, programa que vai já na sua segunda versão anti-operária e anti-popular.

Esta política retira ou diminui drasticamente os já fracos apoios às principais vítimas da crise económica, designadamente aos desempregados; congela, por um período que pode ir até três anos, os salários, as pensões de reforma e as prestações sociais, incluindo as de mais baixo montante; aumenta brutalmente os impostos sobre a população trabalhadora; elimina os incentivos à actividade económica, de fomento do emprego e de realização de investimentos estratégicos (como O TGV, por exemplo), e decide vender empresas públicas ou em que o Estado tem uma participação estratégica, como a TAP, a EDP, a GALP e a CP, entre outras.

A austeridade assim imposta aos trabalhadores portugueses continua a ser o reverso da medalha do intensificar da exploração, a qual continua a proporcionar fabulosos lucros aos capitalistas, à banca e aos especuladores nacionais e internacionais. Tal austeridade serve para salvar o euro e a hegemonia do capitalismo alemão no seio da UE, mas não serve para diminuir o nosso défice comercial – quando, este sim, é o verdadeiro motor da nossa enorme dívida externa…

Perante tudo isto, e num momento em que o Governo não põe de parte vir a adoptar novas medidas de austeridade ainda este ano ou, no mínimo, vir a agravá-las em 2011, continuam a existir dirigentes sindicais que se recusam a encetar o caminho da greve geral nacional contra uma tal política, persistindo em greves parciais, pequenas paralisações de trabalho, manifestações e concentrações. A «Jornada de Luta Europeia» do próximo dia 29, a que a CGTP aderiu, confirma mais uma vez este caminho sem futuro. Os sacrifícios já impostos aos trabalhadores pelo Governo Sócrates nada resolveram em prol do povo e do país. Mas se novos sacrifícios estão na forja, então é imperioso preparar formas de luta mais avançadas. Mas não é isso que se verifica. O que se verifica é a persistência em formas de luta perfeitamente ultrapassadas pela realidade da luta de classes.

Bem se pode dizer que se o país caminha para o abismo, também o movimento sindical português caminha, a par dele, para a mais completa irrelevância, pois fingindo resistir ao Governo do Engº. Sócrates e “desgastá-lo”, é ele próprio que se desgasta, conduzindo a luta dos trabalhadores a um beco sem saída e à desmobilização.
Tal sucede porque a direcção do movimento sindical no nosso país aposta na política oportunista do apoliticismo mais nauseabundo. Tal gente acha que não nos compete fazer política; considera que não existe para impor alternativas e muito menos para derrubar governos - mesmo que estes, como o actual, ataquem por todos os lados os operários e o conjunto do povo trabalhador português…

O movimento sindical tem que afirmar bem alto que o povo português não deve nada a ninguém, tem que repudiar a dívida e tem que dizer não à política de austeridade. Tal deve ser feito através da forma de luta que se impõe: a da Greve Geral Nacional. Só esta pode efectivamente unir o conjunto dos trabalhadores portugueses neste momento. Só esta pode afirmar, alto e bom som, que para os trabalhadores poderem viver o capitalismo tem que morrer!

Este é o desafio que está colocado nas mãos dos trabalhadores portugueses! É forçoso declarar guerra à guerra que nos foi declarada pelo capital!

Devemos propor e, se necessário, impor às centrais sindicais a preparação e realização de uma GREVE GERAL NACIONAL contra a política reaccionária do Governo e dos grandes monopólios; por aumentos salariais condignos, por uma forte diminuição dos leques salariais, pela redução dos horários de trabalho e contra o desemprego; por um plano de crescimento e desenvolvimento do país assente no controlo público dos sectores estratégicos da economia.

EM FRENTE PELA CONVOCAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
DE UMA PODEROSA GREVE GERAL NACIONAL!



26 de Setembro de 2010



A Linha Sindical
LUTA-UNIDADE-VITÓRIA

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